Tudo que você sempre quis saber sobre Investimentos em Renda Fixa

Por Igor Moreira

Olá pessoal,

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todos que responderam o nosso questionário do último post. Se você não respondeu ainda clique aqui.

Então vamos lá! Analisando as respostas que vocês enviaram pra gente, vimos que a maioria de vocês possuem um grande interesse em ativos de renda fixa. Afinal de contas, quantas vezes o seu gerente de banco não te sugeriu aquele CDB de confiança? 😬 Quantas vezes você já não ficou meio deprimido com o rendimento de sua aplicação na caderneta de poupança? 😥 Quantas vezes você já não ficou sem entender nada de uma conversa quando seu vizinho/amigo fala em CDI, Selic, FGC e etc? 🤷🏻‍♂️

Se você respondeu sim para qualquer uma destas perguntas (ou para mais de uma) ou se você simplesmente se interessa pelo tema Renda Fixa, esse post é para você.

CDI e SELIC

Para começar a falar em CDBs, LCIs e LCAs que pagam 90/100/120% do CDI é preciso entender em primeiro lugar o que é o CDI e porque esses títulos são tantas vezes vinculados a ele. E para entender o que é o CDI é preciso entender o conceito da taxa SELIC.

Mas então o que é a taxa SELIC?

Ao final de cada dia, os grandes bancos realizam empréstimos entre si para não terminarem o dia no vermelho, pois o Banco Central proíbe tal comportamento. Assim, esses bancos emprestam dinheiro uns aos outros e oferecer títulos do tesouro garantia desses empréstimos.

A taxa SELIC então nada mais é do que a taxa média de juros que esses bancos emprestam entre si utilizando os títulos do tesouro como garantia.

No entanto nem sempre esses bancos possuem ou desejam colocar seus preciosos títulos públicos como garantia, neste caso, eles emitem um Certificado de Depósitos Interbancários, mais conhecidos como CDIs.

A taxa CDI então nada mais é do que a taxa média de juros cobrados nesses empréstimos interbancários sem a utilização de títulos do tesouro como garantia. Como esses bancos possuem patrimônios altíssimos e risco baixíssimo de não honrarem com suas obrigações, grande parte dos ativos de Renda Fixa possuem essas taxas como referencia. O Banco Central inclusive determina sua política monetária escolhendo qual o melhor valor para a taxa SELIC para que não tenhamos muita inflação. Tanto a taxa SELIC quanto o CDI são consideradas taxas básicas de juros em nossa economia.

CDB, LCI e LCA

Agora que você já sabe o que significa essa sopa de letras, é possível começar a entender os instrumentos que utilizam essas taxas como referência de sua remuneração.

Vamos começar então pelos tão mencionados CDBs.

  • CDB

Um CDB nada mais é do que um empréstimo que você faz a um banco. Sendo assim, bancos que possuem um menor risco de não honrarem com seus compromissos pagam taxas pequenas para seus investidores, enquanto os que possuem maior risco de não honrarem seus compromissos pagam taxas mais gordas.

Esses dados nos levam a pensar que um investidor conservador deve se ater aos bancos grandes para evitar risco de calote. Mais isto não está correto! Felizmente para nós, pessoas físicas, existe uma entidade conhecida como FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

Isto porque, o Fundo Garantidor de Crédito é sustentado por todo o sistema bancário brasileiro. De forma resumida, todo banco destina uma parcela de seus depósitos para este fundo. Com isso, o FGC pode nos oferecer quase um “almoço grátis”, pois garante os valores investidos em CDBs de até 250 mil reais por CPF e por instituição financeira (caso a soma de todos esses valores a serem reembolsados não ultrapassem 1 milhão de reais).

Este mecanismo faz com que mesmo bancos menores que possuiriam um risco maior de não pagarem seus empréstimos, sejam seguros para investirmos em seus CDBs.

Sendo assim, a vantagem de poder contar com esses rendimentos extras de CDBs de bancos menores pode ser extremamente relevante para a sua independência financeira.

Veja na tabela abaixo uma simulação feita comparando as diferenças de CDBs que pagam 85% do CDI, como nos grandes bancos, para os que pagam 120% do CDI, como você pode encontrar em corretoras. Foram realizadas simulações para aplicações mensais de R$100, R$500 e R$1.000 reais por mês.

Como podemos ver no caso de investimentos de 1.000 reais todo mês, a diferença ao final de 10 anos seria de mais de 15 mil reais! Investimentos maiores ou por um período mais longo apresentariam uma diferença ainda mais relevante! Na comparação, também coloquei uma simulação da Poupança, que como podemos ver, renderia menos do que as outras duas aplicações e por isso é considerada, hoje em dia, talvez um dos piores investimentos que você pode ter.

Além de CDBs outros títulos de renda fixa muito utilizados no mercado financeiro são as LCIs e LCAs, que são títulos com lastro (garantidos) em empréstimos imobiliários e agrícolas respectivamente.

Vantagens da LCIs e LCAs sobre os CDBs:

  1. Possuem garantias sobre os empréstimos, portanto caso o banco emissor não consiga honrar com seus compromissos, o investidor pode receber diretamente da empresa que realizou o empréstimo;
  2. São isentos de Imposto de Renda.

Para se comparar taxas de ativos que são isentos de Imposto de Renda (LCI e LCA) com outros investimentos (CDBs), devemos realizar o seguinte cálculo:

Sendo:
t : imposto de renda sobre o ativo a se comparar (acima de 2 anos = 15%)
i : Taxa do ativo isento de IR (em % do CDI)

Na prática:

Uma LCA de 2 anos de duração que paga 95% do CDI é equivalente a um CDB que paga do CDI! Assim não valeria a pena investir em um CDB que pague 110% do CDI por exemplo.

 

Existem ainda alguns outros tipos de renda fixa, mas falaremos delas nos próximos posts. Caso queira saber de alguma em especial, comenta aqui.

Caso tenha ficado alguma dúvida, deixe seu comentário ou entre em contato com a gente pelo fale Conosco!

Bons investimentos!
Até mais!

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